Informação sobre leishmaniose, causas, sintomas e tratamento da leishmaniose, identificando os diversos tipos, como leishmaniose visceral e outras


Diagnóstico clínico da leishmaniose visceral canina

O diagnóstico clínico da leishmaniose visceral canina é difícil de ser determinado devido à grande porcentagem de cães assintomáticos ou oligossintomáticos existentes. A doença da leishmaniose apresenta semelhança com outras enfermidades transmissíveis que acometem os cães permitindo que o diagnóstico seja possível somente quando o animal apresenta sinais e sintomas comuns à doença. No entanto, em áreas cujo padrão socioeconômico é baixo, outros fatores podem estar associados, dificultando o diagnóstico clínico, especialmente as dermatoses e a desnutrição, mascarando ou dificultando o quadro clínico da doença.
As principais alterações clinicopatológicas incluem hiperglobulinemia, hipoalbuminemia, proteinúria, atividades aumentadas das enzimas hepáticas, trombocitopenia, azotemia, linfopenia e leucocitose com desvio para a esquerda.
O diagnóstico parasitológico da leishmaniose é o método ideal para confirmação e se baseia na demonstração do parasito obtido de material biológico de punção hepática, de linfonodos, esplênica e de medula óssea, e de biópsia ou escarificação de pele, fixados em álcool etílico e corados pelo método de Giemsa ou alternativamente Wrighit, Leishman ou Diff-Quick. É um método seguro de diagnóstico, uma vez que o resultado positivo é dado pela observação direta de formas amastigotas. Entretanto, alguns desses procedimentos, embora ofereçam a vantagem da simplicidade, são métodos invasivos, significando a ocorrência de riscos para animal e também impraticáveis em programas de saúde pública, em que um grande número de animais deve ser avaliado em um curto espaço de tempo. A especificidade do método é de quase 100%, e a sensibilidade depende do grau de parasitemia, tipo de material biológico coletado e do tempo de leitura da lâmina, estando em torno de 80% para cães sintomáticos e menor ainda para cães assintomáticos.
Outro método laboratorial é o isolamento em meio de cultura mediante diluição do material aspirado em solução salina (NaCl a 0,9%) e inoculação de 0,1 ml dessa solução em tubo de cultivo. As culturas devem ser mantidas entre 24 e 26ºC e são observadas em microscópio óptico, semanalmente, por 4 semanas. Os tubos positivos devem ser encaminhados para laboratórios de referência para identificação da espécie.
A detecção de anticorpos circulantes anti-Leishmania utilizando técnicas sorológicas constitui um instrumento importante no diagnóstico da Leishmania visceral canina. Estas provas diferem entre si em relação à sensibilidade e especificidade. Na maioria das vezes apresentam reação cruzada com hanseníase, doença de Chagas, malária, esquistossomose e outras leishmanioses.
Os exames sorológicos deverão ser realizados nos laboratórios centrais estaduais (LACENs) ou nos Centros de Controle de Zoonoses (CCZs) municipais. É importante que seja realizado periodicamente o controle de qualidade dos exames realizados. As amostras de soro, a serem analisadas na referência nacional, devem ser impreterivelmente encaminhadas pelo LACEN.